Uso racional de telas

Fonte: Grupo de Trabalho em Saúde na Era Digital da SBP.

Fonte: Grupo de Trabalho em Saúde na Era Digital da SBP.

O uso da internet se tornou parte fundamental do cotidiano das famílias brasileiras e, por isso, existem regras e critérios que são importantes para proteger as crianças e adolescentes nesse meio, uma vez que elas estão em plena fase de crescimento e desenvolvimento cerebral e mental, e as influências das telas podem ser prejudiciais.

Os malefícios podem ser causados, principalmente, dependendo do início do uso, especialmente, em idades precoces abaixo dos 2-3 anos de idade; e do tempo de uso durante os hábitos e rotinas diárias e da duração do uso, como mais de 4 horas/dia conectados diretos sem intervalos. Além disso, a maturidade da criança e do adolescente e os contextos sociais e dinâmicas da família também são fortes influenciadores nesse contexto.

Por isso, para que o uso de telas, incluindo a internet, seja considerado saudável, a SBP faz a seguinte recomendação de tempo de uso diário:

  • De zero a dois anos de idade: sem telas (mesmo que passivamente);

  • De dois a cinco anos de idade: meia hora a uma hora por dia, com supervisão dos pais ou responsáveis;

  • De seis a 10 anos: uma a duas horas por dia, no máximo, e sempre com supervisão;

  • Adolescentes entre 11 e 18 anos, de duas a três horas por dia, e nunca deixar “virar a noite”.

É importante reforçar ainda que para que haja um uso consciente da internet é importante que os pais também saibam sobre as regras de segurança e privacidade. Além disso, devem sempre mediar os conteúdos que seus filhos acessam nesses locais, o que é denominado a mediação parental ou a responsabilidade dos pais, perante as leis brasileiras do Marco Civil da Internet, do Estatuto da Criança e Adolescente e os critérios da Classificação Indicativa do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Qual a idade ideal para a criança e o adolescente acessar a Internet?

O uso da Internet não é “brincadeira” e telefones celulares não são brinquedos ou presentes de aniversário, Dia das Crianças ou de Natal. Sempre vai depender não só da idade, mas da maturidade da criança e da compreensão sobre as regras de segurança e privacidade. Saber configurar o uso, saber bloquear mensagens ou vídeos inadequados ou inapropriados. Saber controlar o tempo de uso, ter filtros seguros e não usar o wi-fi ou gps de localização. Saber bloquear mensagens ofensivas ou discriminatórias ou vírus digitais que são transmitidos por hackers ou predadores online. Não usar durante as atividades escolares ou mesmo na escola, nos intervalos do recreio. Resumo, nunca antes dos 12 -13 anos para acesso na maioria dos portais, plataformas e dispositivos. A responsabilidade moral e legal é sempre dos pais para qualquer fato, dano ou fatalidade ocasionados pelo uso da Internet, daí a importância da mediação parental. Prevenção é sempre a melhor solução!

Quais os principais problemas de saúde ocasionados pelo uso precoce, excessivo ou prolongado das telas e da Internet?

Os principais problemas de saúde podem ser classificados de acordo com 4 parâmetros, mas que estão quase sempre interligados aos fatores de risco e ao contexto familiar permissivo ou disfuncional, por falta de afeto ou falta de limites, apoio ou mesmo o que se denomina de “estresse tóxico e crônico”, devido ao abandono e à falta de supervisão e controle parental.

  1. Problemas comportamentais ou de saúde mental: irritabilidade, ansiedade, depressão, isolamento, transtornos da imagem corporal e da autoestima, dependência ou uso problemático das mídias interativas;

  2. Transtornos do sono, da alimentação, do sedentarismo e da falta da prática dos exercícios, da postura e doenças musculoesqueléticas, do déficit de atenção e hiperatividade, distúrbios visuais e problemas auditivos;

  3. Aumento da violência, cyberbullying, comportamentos autolesivos, gestos suicidas, uso de drogas, anabolizantes e vaping;

  4. Riscos da sexualidade, nudes, sexting, estupro virtual, exploração sexual comercial e abusos sexuais, pornografia e redes online de pedofilia.

O que são desafios perigosos?

São atividades de provocação ou vídeos colocados nas redes por influenciadores que causam impacto e atraem a curiosidade e os limites corporais dos adolescentes, geralmente existindo uma “pressão do grupo” através das telas. Podem causar danos como queimaduras, engasgos, pneumonias, asfixia ou mesmo fatalidades como acidentes, coma e morte. Na Classificação Internacional de Doenças (CID) recebe o critério # Q E 22 para “jogos perigosos online ou “hazardous gaming”.  Também, é sempre importante o alerta sobre a prevenção dos riscos de acidentes fatais, inclusive durante o uso de fotos como selfies em beiras de abismos de montanhas, na velocidade de motos, bicicletas e carros, ou em locais isolados.

Quais são os principais sinais de alerta para problemas de saúde causados pelo uso precoce, excessivo e prolongado?

Sempre são importantes os sinais mais evidentes que surgem nos comportamentos e nas rotinas diárias de crianças e adolescentes, como: transtornos de sono, má qualidade do sono, terror noturno, “virar a noite ou a madrugada” jogando jogos online, sonolência e cansaço durante o dia na escola, irritabilidade, ficar escondido ou isolado no quarto, deixar de participar de atividades de rotina da família e se isolar socialmente, falta da prática de exercícios ou atividades ao ar livre, transtornos da alimentação, queda do rendimento escolar, queixas de zumbido auditivo ou dificuldades visuais, labilidade nas emoções com montanha-russa entre momentos de ansiedade e depressão, medos e agressividade, dores-de-cabeça e falta de cuidados com a higiene pessoal são sinais frequentes que precisam ser melhor avaliados nas consultas, por pediatras.

Quais são as principais recomendações para o uso saudável da internet?

  • Telefone celular não é brinquedo e telas não são só brincadeiras!

  • Desconectar sempre que possível e mais frequentemente;

  • Desconectar durante os momentos das refeições e 1-2 horas antes de dormir;

  • Ter regras de segurança e privacidade, saber configurar senhas;

  • Fazer intervalos de descanso e limitar o uso de horas nas telas;

  • Escolher atividades esportivas, culturais e familiar fora das telas, de preferência na natureza;

  • Conversar sobre emoções na vida real com alguém de confiança em vez de trocar mensagens e emotions nas telas;

  • Saber bloquear e denunciar mensagens inadequadas ou discriminatórias e ofensivas: abusos são crimes!

  • Nunca postar fotos, imagens ou vídeos de crianças e adolescentes, por quaisquer motivos, em redes digitais e públicas;

  • Desconectar é um exercício familiar: sejam pais de seus filhos, com afeto e atenção, antes que qualquer tela o adote para ser um mero seguidor dependente de alguém do “outro lado”!


Dra. Camila Trevisol
Pediatra e Neonatologista
RQE Nº: 38324 | RQE Nº: 38325

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